domingo, 28 de dezembro de 2008

et?

era uma noite de inverno, e só os habitantes de cromossomo X estavam em casa.
organizando coisas daqui e coisas de lá, minha mãe aparece com cara de susto, pára perto da porta, olha pra mim e pronuncia:
"taiane, temos um visitante!"
eu sem entender nada, continuei a olhar pra ela, esperando o desenvolvimento da frase... no que ela completou:
"tem um et nas onze horas!"
nesse momento, perguntei:
"mas, por que tu acha que tem um et escondido nas onze horas?"
no que ela replicou:
"eu vi antenas... vai lá e olha!"
pois bem, fui eu correndo campo afora até atingir as onze horas, a fim de desbravar o mistério da planta.
chego lá olho, olho, olho... e... não vejo nada.
depois de algum (muito) tempo, avisto aquele ser gosmento, que estica e recolhe as antenas de acordo com a necessidade, o que por vezes realmente chega a um tamanho quase esquisito. estava lá a criatura fazendo o lanche do ano, comendo a planta ensandecidamente.
afinal, o que era? ora, um caramujo, caracol, ou qualquer outra designação que o querido leitor achar adequada.
minha família é ótima, não é? :)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

sonho?

eu, particularmente, detesto brigas, farpas, discussões, mágoas, e tudo mais que envolva esse estilo de vida hostil. evito, até as falésias da minha alma, qualquer tipo de confronto. mas, como ainda sou um ser humano, por vezes me incomodo com alguns acontecimentos, e tenho que resolver de alguma forma.
pra evitar o combate direto, potencialmente letal, desenvolvi ao longo dos anos uma técnica peculiar pra resolver esses aborrecimentos.
como? simples! quando a chateação ultrapassa meu limite humano, automaticamente passo a operar no modo sobre-humano.
e o que isso significa?
bem... faço uma transferência e resolvo as intrigas durante os sonhos. é, assim mesmo, da forma mais onírica possível! marco o acerto de contas nos domínios de morpheus a fim de xingar, brigar e extravasar de todas formas possíveis e necessárias.
e... funciona! quando acordo me sinto profundamente aliviada, plenamente revigorada e totalmente resolvida.
se não completo a missão durante o sono... aí sim tomo uma atitude no mundo visível.
com o tempo a técnica foi se aperfeiçoando e atingiu certa versatilidade, já que ultimamente são vários tipos de encontro, inclusive pra colocar a conversa em dia.
cruzei o portal da sanidade?
ih... faz tempo!
see you in my dreams. ;)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

cantorias?

pois, há coisas que devem apenas ser vividas ou resolvidas, e jamais entendidas.
seguindo na linha da veia musical, quem quase convive comigo tem uma forte impressão de que passo o dia todo cantando. e quem convive comigo sabe que efetivamente passo o dia todo cantando. pobres coitados.
mas, pelos últimos acontecimentos, acho que essa prática extrapolou os limites, e tornou-se quase perigosa.
alguns dias atrás acordei e ainda meio dormindo fiz uma ligação. assim que desliguei percebi o problema. de alguma forma tinha dado mal jeito no maxilar... enquanto dormia!
sim, consegui essa façanha.
pensei, pensei e continuei pensando e não cheguei a nenhuma conclusão lógica. qual a possibilidade de ter um mal jeito no maxilar simplesmente virando de um lado pra outro na cama?
como fiz isso? simples! provavelmente me esguelei enquanto dormia, em uma cantoria noturna, e numa dessas fiz um movimento exagerado e CLECK.
é... é a vida.
pelo jeito me inspirei na zombie walk de sábado e resolvi me unir mentalmente aos irmãos, e ficar tipo zumbi, assim, caindo aos pedaços.
como se já não tivesse coisas suficientes pra me preocupar... ainda vou ter que dar jeito. mas, mesmo com dor, a teimosia é maior e continuo cantando. :)
keep cool, keep singing. ;)

domingo, 14 de dezembro de 2008

notas?

mais o tempo passa, mais me sensibilizo com as nuances da vida.
é impressionante o poder de pequenos pontos redondos, com hastes e sem, combinados com outros sinais gráficos diversos, cada um com sua graça e ordem implícita, distribuídos em cinco linhas com a possibilidade de serem regidos por três claves diferentes, que, ordenados com pausas e colocados em andamentos, formam melodia e harmonia de uma música.
fico pasmada com o poder e a influência das distintas combinações entre notas e pausas. é incrível como podem mudar completamente o ânimo de uma pessoa.
ultimamente tenho sido particularmente afetada por duas lindas canções que me fazem sentir uma feiticeira celta em pleno ritual, tentando encontrar harmonia em mim e no mundo.
só de ouvir as notas iniciais me arrepio e me emociono de tal forma que raramente acontece na minha vivência.
esse tipo de fenômeno ocorre, em geral, quando associamos a música à algum evento especial da nossa vida. o mais engraçado é que as composições em questão são completamente puras nesse sentido, não têm ligação com nada muito pessoal: o primeiro contato que tive foi através de audiovisuais.
não é por nada que, junto com o amor, a música é a linguagem universal.
e eu acredito e pratico.
both of them. :)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

grandpa?

esse blog vai fazer parte da catarse... já que de alguma forma faz parte de mim.
sei que é comum que depois sempre se fale bem da pessoa, e parece que de uma hora pra outra vira anjo. mas, ele sempre foi um na vida de todo mundo.

pé de valsa sem par;
dele herdei meu sobrenome;
caçador de morcegos em cavernas;
o melhor jogador de canastra da região norte do estado;
dois anos atrás, comigo, foi a primeira vez que ele comeu pizza;
fazia conta no bar, e pagava uma ou duas vezes por semana. quando ia entregar a comanda, dizia: "se eu não pagar, DIO... medes paga!";
o hobby dele, na praia, era ficar controlando os carros na BR. depois, me dizia o fluxo nos diferentes turnos, e também a diferença da semana pros finais de semana;
quando eu era pequena, ele me segurava no torno de fazer massa, e colocava uma massa bem macia, pra eu conseguir girar a engenhoca e ver as minhoquinhas saindo lá embaixo;
descobrimos que ele ajudava pessoas em apuros cinematográficos, e, é claro, nunca contou nada pra ninguém.

muito pra contar...
sinto por não ter convivido com ele, mesmo assim, vou sentir muita falta.
esse é meu vô, com brilhantina, risca de giz e tudo mais.


Diomedes Agnoletto
(*1937 - †2008)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ahhhh?

querido leitor, hoje lerás um desabafo.
o intuito é documentar o momento pelo qual tua dedicada escritora passa, e num futuro, espero que não muito distante, poder ler orgulhosa de mim e pensar: "sobrevivi!".

- meu vô tá no hospital. além de múltiplos problemas e suas devidas complicações, meu querido ancestral tá vendo pessoas com três cabeças, e ainda xinga minha vó dizendo que ela não enxerga direito;
- muito dedicada e atenciosa, minha cabeça me homenageia regularmente com raves dentro dela;
- a família ite programou uma visita coletiva. chegaram em caravana as duas primas tendinites, e a tia bursite;
- minha babá, a coluna, de 52 anos de idade, resolveu ter piripaques de velha, devido as chateações da família ite;
- com intuito de acalmar a turma, tenho preparado lanches em diferentes momentos do dia, servindo chá de paracetamol com carisoprodol e cafeína, e também diclofenaco de colestiramina. livre escolha. mas, todas elas são meio teimosas, e volta e meia se recusam a participar da confraternização;
- tenho que terminar de parir meu segundo capítulo, que vai ser submetido a testes, a fim de ser liberado pro mundo. enquanto meu chefe fizer o apgar, pra ver como ele se vira sozinho por aí, estarei gerindo o próximo, e esperando pra fazer as revisões do pezinho, da orelhinha, e do olhinho. tudo deve ficar pronto antes do recesso de natal;
- fora dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, minha perspectiva de folga e respiro é em abril. mas isso, claro, sem considerar os passeios de quando visito o atraente reino de sandman;
- vida pessoal? ah, achei que tivesse démodé desde o início do século XXI.

como já disse por aí, se eu sobreviver a esta etapa da minha vida, vou me auto-denominar wonder woman. ganhei de presente a imagem pros pins, inclusive.

domingo, 30 de novembro de 2008

:) ?

eu acredito.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

soul?

i have the power... i can use it...
but, i don't have the right to.
after all, i still have a soul.

sábado, 22 de novembro de 2008

q x a?

don't ask for answers
when you don't have
the right question.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

tortura?

juju: que isso? são cadeiras de tortura?
tai: nããããão juju, aí é onde os carinhas sentam pros outros carinhas engraxarem os sapatos deles.
juju: ah! que brega!!

prometi... ;)

domingo, 16 de novembro de 2008

run away?

sometimes we should run away from our dreams...
just as long as they become nightmares.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

luz?

querido leitor, hoje escrevo em homenagem à juju, rapariga que retornou às atividades computadorísticas e fez o mundo virtual mais feliz. esta que, ontem, me presenteou com uma baita tirada:
"e agora, quem poderá nos salvar?
eu, a tai de cabelos colorados! ;DD"
adoreeeei, não podia deixar de contar. hehehe
mas, ao once upon a time...
era uma vez duas pessoas descendo a escada da melhor escola e estúdio de fotografia do estado, o projeto contato. estas pessoas eram (um) a juju e (dois) eu (sim, eu tinha que ficar com o número par e todo mundo sabe disso). muito esportistas, diga-se de passagem, já que não pegamos o elevador e descemos todos os infinitos dois lances de escada.
estávamos nós, serelepes e faceiras degraus abaixo quando, no meio do fuzuê, a luz subitamente fez-se ausente. ficamos as duas na penumbra, mas ainda era possível ver os vultos, portanto ninguém foi atropelado nem rolou escada abaixo.
a juju parou no meio da escada. eu também parei. mas... achei que deveria tomar alguma atitude e nos tirar daquela situação. prontamente usei do meu ato reflexo pra acender a luz. qual foi meu ato reflexo? ora... abanar ensandecidamente, gesticulando feito louca, golpeando o ar, a fim de acionar o sensor de presença. tentei com um braço, com dois, e nada. sem resultado comecei a pular carnaval no meio da escada tentando atingir a área do sensor. isso era meio (só meio) impossível, já que o sensor existia apenas dentro da minha cabeça.
obviamente, como não poderia deixar de ser, com a dança frenética que comecei na sua frente, dona juju caiu na gargalhada, provavelmente por não entender porque cargas d'água a criatura aqui resolveu desatar a dançar quadrilha no meio da escada, em pleno escuro...
veja só, é isso que ganho por tentar ser prestativa!!! hehehe
bom, eu poderia contar das vezes que a juju me sacaneou... mas nah, pra que? a juju é tão boazinha! então, dessa vez, deixa eu ser a doida e ela a tiradora de sarro. ;)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

digital?

por algum motivo obscuro, em alguma terra distante, passei (ou não) por formalidades a fim de conquistar privilégios de circulação. precisei preencher um cadastro e posteriormente comparecer em um determinado local, em uma determinada hora, pra completar a coleta de dados e concluir o processo.
esta fase presencial é composta por uma série de pequenas estranhas torturas. uma delas a coleta das impressões digitais. na era em que vivemos tudo feito na hora, de forma simples, com aparelhos pequenos e sem sujeira.
na segunda visita, com objetivo de resgatar de mãos desconhecidas o resultado do processo, por protocolo tive que assinar um documento e passar novamente pela pequena tortura da coleta de impressão digital. dessa vez apenas um dedo, a fim de comprovar que eu era eu mesmo.
pois bem, tentou-se o dedão direito uma, duas... perdi a conta das vezes. depois de não conseguir, foi a vez do indicador direito, e assim por diante com cada um dos dedos. as falhas continuaram. então, a mão esquerda foi recrutada... e... nada! os pequenos aparelhos não se mostraram tão eficientes dessa vez.
desconfiado de um possível defeito na máquina, o ser vivente que me atendeu passou a pessoa seguinte da fila pro mesmo procedimento, o que comprovaria o problema. qual não foi a surpresa, o aparelho funcionou normalmente.
voltei ao confronto. bem, deveria ter funcionado, mas, não funcionou. ou a máquina simplesmente se recusou a coletar minhas impressões; ou o governo resolveu armar um complô contra mim pra me enlouquecer de vez; ou algo aconteceu com minhas digitais no meio tempo entre as duas visitas.
é claro que algo aconteceu. pelo jeito perdi minha identidade digital (a orgânica).
e de que jeito isso pode ter acontecido?
muito simples! nesse meio tempo fui abduzida, e por alguma razão bizarra eles burlaram minhas impressões digitais... é completamente óbvio!
aliás, eles têm me acompanhado. no último mês vi luzes bem estranhas na estrada.
acho que vou ser raptada.
se eu sumir, já sabem...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

obra?

ao fim de tudo somos artistas...
e a vida nossa grande obra prima.

sábado, 8 de novembro de 2008

do?

i am not.
i do not.
i do not know.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

fantasma?

era uma vez, em uma época distante, um incrível aparelho doméstico chamado vídeo cassete. a mídia usada no vídeo cassete era a fita vhs (aliás, alguém me explica por que não foi essa a batizada de fita cassete? vai entender...).
pois bem... num dia, minha mãe me pediu pra gravar um programa. ela não poderia ver até o final e precisava assistir por algum motivo obscuro.
pra não esquecer, programei o utensílio, mas não coloquei a fita dentro do aparelho, só deixei encaixada pra ela ser automaticamente engolida no momento certo (nem adianta perguntar, não sei porque fiz isso).
passaram-se dois dias.
estava eu, bem concentrada lendo, no que minha mãe bradou meu nome com uma voz de desespero. fui eu correndo até ela pra ver o que tinha acontecido. a cena era minha progenitora estática, olhando incrédula pro supracitado aparelho. não demorou a pronunciar as palavras: "taiane! poltergeist!". olhei pra ela, olhei pro vídeo, não entendi nada. ela desenvolveu: "a fita entrou sozinha! ele ligou do nada!".
viu só? minha vida também é divertida!

.uma espécie de homenagem.
.mesmo por pouco tempo, é estranho não ter ela por perto.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

compensação?

mantenho um marcador de horas na bancada do banheiro.
quem convive comigo sabe que isso não faz o menor sentido e não adianta pra nada. além do que, tempo é completamente relativo, uma ilusão.
mesmo assim, continuo com tal objeto lá.
de uns tempos pra cá ele começou a falhar. não, uma simples substituição de bateria não resolve. ele pára sem nenhum motivo aparente, e retoma seu ritmo usual algum tempo depois, sem nenhum outro motivo aparente.
ontem ele cessou sua atividade por volta das 18h, e assim ficou. deixei. não tinha nenhum compromisso nesse meio tempo (não faria diferença, anyway), e queria ver o que aconteceria sem a interferência humana.
hoje, na minha visita matinal a este cômodo da casa, percebi a ironia do tic-tac.
o relógio voltou a funcionar, marcando meia hora de atraso. concomitante a isso, continuo recebendo mensagens do futuro pelo celular, agora meia hora adiantadas.
qual é o sentido disso tudo?
ora, meu mundo mecânico-eletrônico tentando encontrar uma espécie de equilíbrio, como tudo no universo.
tenho essa propensão a achar que o cosmos tende a balancear a infinidade de itens que o compõe. uma espécie de compensação inerente. isso me dá uma certa paz de espírito.
mas... será?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

mesma?

nem fui, nem sou,
nem serei mais a mesma.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

poetry?

sometimes the storm,
sometimes just the wind...
but, i'm always there.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

sabotagem?

é, isso que acontece as vezes.
o pior é que não se trata de uma simples sabotagem, mas auto-sabotagem.
não chega a nada mirabolante como as aventuras da Riolta e do Von Klutz, mas passa longe de ser algo seguro.
em épocas de stress elevado, quando focada em algo com prazo pra ser entregue, geralmente me apronto dessas. fico distante do mundo real, presa dentro dos meus pensamentos, enquanto o mundo continua funcionando. assim arranjo histórias pra contar.
uma foi dessa semana, no meio da escrita da dissertação. não foi perigosa, mas fez me lembrar a série de eventos. enquanto descia para o almoço, no meio da escada, me dei conta que carregava uma pinça. devido aos problemas de trânsito ocasionados pela demolição em massa da casa, achei melhor guardar o objeto e devolver ele pro lugar de origem quando voltasse do almoço. assim fiz. guardei a pinça e fui almoçar. voltei, e continuei meu trabalho bem faceira e contente. depois de um tempo resolvi descansar. meia hora depois acordei sentindo uma dor estranha no osso ilíaco. ao procurar a causa do desconforto, descobri o tesouro escondido: a dona pinça, acompanhada da inevitável impressão em baixo relevo na pele. sem bolsos eram poucas as opções de onde guardar a pinça. vale lembrar que isso aconteceu cerca de oito horas depois do almoço.
outro evento foi certa vez, escrevendo a monografia. depois de passar muitas horas envolvida em contínuo trabalho intelectual, e atingir o inevitável cansaço mental, resolvi me dedicar a necessários consertos costureiros a fim de me distrair por algum tempo. pois muito bem, os fiz. logo, voltei a trabalhar, e não demorei a me esgotar fisicamente e precisar dormir. no outro dia, acordei (ainda bem). qual não foi minha surpresa, assim que sentei na cama e olhei o travesseiro, percebi um brilho metálico sobre a fronha. lá estava a agulha. sim, consegui a façanha de dormir com uma agulha no travesseiro. sabe-se lá como, saí ilesa.
conclusão: trabalho intelectual pode ser altamente perigoso para a integridade física de uma pessoa!
espero que não fique mais sério, senão vou precisar isolar as áreas nas quais me detenho ao desenvolver meus trabalhos. quem sabe usar uma faixa no braço:
danger! keep away!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

? ?

:parte 1:
α - diagnóstico diferencial da vida não faz bem à saúde...
β - é, tenho visto house demais.

:parte 2:
α - agora tenho minha própria bola de cristal!
β - harmless, não se preocupem. :)

sorriam. a vida é uma comédia!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

espirro?

ainda nos domínios de morpheus...
sonhei que estava deitada na cama, inebriada pela doce sensação de acordar sem despertador, simplesmente despertar. no meio da paz surge aquele desejo inquietante.
vontade inenarrável de espirrar...
acompanhada pelo pensamento de que se eu não quisesse, não precisaria espirrar. ora, quando estamos dormindo não espirramos (teoria intrínseca ao sonho). portanto, bastava fingir que ainda dormia e não tentar evitar o espirro, este concluiria que eu estava dormindo e se dissiparia. assim fiz e assim foi. depois que acordei (ainda dentro do sonho, que começou quando eu estava acordando), tive a grande idéia.
seria este o tema da minha próxima criação.
uma grande tela branca. o quadro vazio representaria uma série de espirros. como? de acordo com a teoria só se espirra quando se quer, certo? bem, como eu não gosto de espirrar, a tela seria a tradução de todos os espirros que neguei durante minha vida, a materialização de todos aqueles que não libertei. lá estaria o quadro, aguardando ser marcado, esperando por um espirro que eu deixasse acontecer.
não paro de pensar que os espirros, de alguma forma, estão relacionados à mania de querer controlar as coisas; ou ainda ao poder que se tem sobre a própria vida, o que se permite ou não que aconteça.
de certa forma, i'm the only one who can make my own hell or my own heaven.
será que realmente tenho todo esse controle?
poderosa megalomania prepotente.
redundância? incoerência?
bom, chega de retórica.
definitivamente, meu alter-ego β é artista plástico.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

piratas?

ora... quem disse que não há piratas nos dias de hoje?
para mim é bem claro que existem, mas ao invés de serem piratas dos mares, são na verdade piratas urbanos.
surrupiadores de toda laia.
aliás, estas são criaturas constantes nos meus sonhos, como protagonistas de uma série. não passam de uma versão moderna dos velhos lobos dos mares, incluindo alguma burocracia.
no meu universo onírico funcionam de forma curiosa: são divididos em grupos. cada trupe é responsável por determinada área da cidade, e pode tirar de cada casa certa cota em itens de sua livre escolha. de tempos em tempos aparecem, invadem a residência sem nenhum tipo de cerimônia como se fossem funcionários a fim de cumprir seu dever, e começam a confiscar o que lhes apraz, sempre respeitando a estranha cota.
em uma das vezes foi diferente.
ao invés de recolherem objetos da minha casa, um dos mandantes viu meus quadros na parede, e resolveu que eu teria que pagar através de pinturas que faria especialmente para a sede dos piratas urbanos. para isso tive um prazo insano, algo como dois ou três dias para produzir painéis enormes, que obviamente deveriam agradar, senão provavelmente algo ruim aconteceria comigo.
a entrega foi a parte mais escalafobética. era em um lugar afastado, como se fossem pavilhões de uma fábrica abandonada, mas tudo muito bem cuidado e decorado. depois de andarmos por um infindável labirinto de imponentes portas e fechaduras por todos os lados, chegamos ao chefão, que me recebeu de forma respeitosa e amigável, conversou sobre amenidades e agradeceu pelo trabalho. enquanto me retirava do recinto, continuou fumando seu charuto, muito bem aconchegado em sua poltrona.
alguém arrisca uma interpretação?

domingo, 28 de setembro de 2008

glamour?

volta e meia penso na barbaridade que é a influência da televisão na vida das pessoas, o glamour envolvido nesse mundo.
imagino que, se um funcionário pedir para sair duas horas antes de seu horário regular para ir ao médico, possivelmente o chefe olhe de cara feia, diga para não arranjar desculpa para faltar o trabalho, e talvez negue o pedido.
se esse mesmo funcionário requisitar uma semana de folga porque vai precisar viajar a fim de participar de um programa de televisão, não é provável que o chefe olhe para ele exultante e empolgado, fique interessado no assunto, e ainda deseje boa viagem?
ou será que eu to é muito maluca?
como diria Michel Melamed, cidadania é como um ator da globo é tratado na rua.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

verde?

que as coisas não são como parecem já é lugar comum por aqui. mas, agora tá passando dos limites! por questões de monopólio cromático a fantasia tá se saindo demais pra cima da realidade.
o que passa?
ora, o verde tá tomando conta da minha família! sim, aos poucos ganhando espaço e se infiltrando, de mansinho.
por dois dias escuto os intrigantes relatos dos sonhos da minha mãe, de duas noites seguidas. o primeiro com um papagaio, obviamente verde; o outro com um condomínio de casas, também verdes. agora conta nos dedos quantas vezes sonhou colorido!
alguns dias depois, almoçando em um lugar não convencional da casa, vejo atrás dessa mesma mãe uma infinidade de cabos de vassoura. é claro que, sem nenhuma exceção, da cor verde.
no mesmo dia acontece de novo, quando o pai, marido dessa mãe, chega em casa. seria surpreendente se não fosse como foi. figurino composto por camisa e blusão verdes.
nessa semana, completei um campo de futebol de reflorestamento pelo clickarvore. não, não é alucinação. é possível, além de ser politica e ecologicamente correto. e grátis. aqui tá a prova:


ontem fui comprar uma ampola de vitamina E, pois, qual é a cor do conteúdo da ampola? verde.
por último, como se não bastasse, depois de um longo debate sobre a futura cor da casa, qual foi escolhida? o verde! é claro!
eu não acredito em coincidências.
sabe-se lá onde isso vai parar.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

ruas?

isso é tão estranho.
nascemos em um lugar. nos criamos neste ou em outros lugares.
temos nossas experiências, descobrimos coisas, nos aproximamos do mundo.
conquistamos amigos e alguns inimigos. colecionamos vizinhos e conhecidos.
passamos por tudo isso em locais que têm nomes. muitas vezes, esses são nomes próprios. pessoas de relevância social que tiveram uma rua, uma praça, ou até mesmo uma cidade contemplada com a sua graça.
o engraçado é que passamos fazendo referências à essas pessoas a vida inteira, e na maioria das vezes nem sabemos quem elas são.
isso sempre me incomodou.
moramos no nome de alguém, afinal.
tem que existir alguma ligação.
será?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

futuro?

é meu dever relatar o acontecido.
hoje tive a prova de que o mundo não funciona como o imaginamos tradicionalmente.
fato!
por algum motivo fui olhar o relógio do meu celular, e ele marcava 21h03.
em alguns instantes recebi uma mensagem. nesta, o horário que constava era 21h15.
estranhei.
não me pareceu que tivesse passado tanto tempo assim, e resolvi conferir o relógio do celular.
pois bem, este marcava 21h05.
o que tudo isso quer dizer?
ora, é simples: recebi uma mensagem do futuro!
é. bem-vindo ao meu mundo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

gotas?

mais uma vez o cheiro de nostalgia de tempos ingênuos.
fenômenos corriqueiros da natureza, com as cores da infância.
dessa vez a chuva.
cada gota de chuva que cai é um evento mágico. ímpar. formato único, intensidade única, sonoridade única.
essa diferença dos sons muito me intrigava, mas não demorei para descobrir o motivo.
evidente que se tratava de algo que interferia no trajeto da chuva, e desviava as gotas antes de elas atingirem o solo.
o que? não! a pergunta é: quem? sim! quem! os pequenos coletores de chuva. minúsculas criaturas, parecidas com gnomos, com seus capuzes e seus rostos rosados, que migravam de tempos em tempos para onde delas precisassem.
nas tediosas tardes chuvosas, para cada tonalidade distinta que escutava, presumia os diferentes movimentos feitos por elas para receber as gotas. imaginava os pequenos recolhendo os pingos de chuva como em um jogo lúdico, uns desafiando os outros: quem pega a gota mais distante, quem arrecada a maior quantidade; ou ainda tentando extrair de cada pingo um determinado som, através de diferentes formatos feitos com as mãos, a fim de criar uma melodia. pensava no quanto se divertiam com a arte de coletar chuva.
ora, nada no mundo vai para lugar nenhum sozinho... e estes pequenos, com estripulias e travessuras, captavam tudo que podiam, e devolviam a chuva para onde era lugar dela de direito.
nobres criaturas essas.
sempre quis conhecer elas.
ágeis, divertidas, e o melhor de tudo, não-humanas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

espelho?

qual a função de um espelho?
o espelho reflete a imagem do que está à sua frente. até aí tudo bem.
o que me confunde é a interpretação dessa imagem. não entendo o que as pessoas vêem no espelho. tampouco entendo o significado e a função dessa visão.
para uma pessoa que vê seu próprio reflexo, só faz evidenciar seus traços psicológicos. seja uma pessoa confiante e narcisista, que se vê muito bonita; seja uma pessoa depressiva e insegura, que se percebe horrenda.
a mesma imagem refletida, vista por outro espectador que contempla quem está diante do espelho, não altera a real percepção que este observador tem sobre a pessoa refletida. além disso, as concepções sobre esta imagem são variáveis, e as opiniões do refletido e do observador podem ser semelhantes ou antagônicas.
o que não se pode negar é que o universo significante é altamente variável de uma pessoa para a outra, e a mesma imagem pode ter significados diversos, principalmente porque quando vemos a imagem de uma pessoa associamos a ela uma série de fatores psicológicos, assim como a própria pessoa refletida o faz.
o mais perto que chego de uma conclusão é que, a imagem refletida tem várias formas de ser interpretada. e, na verdade, quando nos olhamos no espelho não nos vemos, mas sim nos projetamos nele, seja individualmente ou socialmente.
então, me pergunto, de novo: qual é a função de um espelho?
tudo é uma questão de identidade e alteridade.
mas isso já é uma outra história...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

grafia?

sempre me cobrei muito em relação à minha grafia. nos anos iniciais da escola os caderninhos de caligrafia não me davam motivo para orgulho. mas, claro que não era nada absurdo de feio, só parte da angústia de uma criança perfeccionista.
com as letras minúsculas não tinha problema, mas algumas maiúsculas eram realmente inimigas. guerreava com duas ou três que me incomodavam profundamente, as quais, no meu entendimento, eu grafava de forma torta, errada.
depois de alguns anos nessa briga constante, por alguma estranha associação, percebi que isso provavelmente era um sinal, e que não deveria me relacionar (no sentido amplo) com pessoas que tivessem seus nomes começados por essas letras.
por algum tempo foi assim.
depois de ponderar, e chegar a conclusão de que essa atitude era muito radical, aderi a uma versão mais leve da teoria. a segunda fase foi simplesmente saber que eu teria mais dificuldade em lidar com pessoas cujos nomes começassem com essas letras. o restante, por conseqüência, seria de fácil convivência.
muitos anos, muitos calos e muitos grafites depois, sem explicação aparente, passei a grafar tais letras de forma certa, ao menos o suficiente para me deixar satisfeita com elas.
era o fim da maldição.
as vezes me pergunto de onde partiu a solução, se as letras melhoradas me entusiasmaram a simpatizar com as pessoas à elas relacionadas, ou se as pessoas relacionadas à elas influenciaram a melhora das letras...
vai saber!
eu não sei.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

dias?

por algum motivo que não sei bem qual (auto-avaliação constante, auto-crítica, ou qualquer coisa nessa laia), no final de alguns dias penso que deveria ter feito coisas bem diferentes das que fiz, geralmente no sentido de ter aproveitado melhor o tempo, feito mais coisas.
hoje foi atípico.
tudo que acho é que deveria ter passado o dia plantando bananeira, de ponta cabeça.
não entendeu? é, eu também não.

domingo, 7 de setembro de 2008

seres?

tempos atrás, em épocas pueris, morando em outro lugar, coisas singulares aconteciam.
uma delas era relacionada às intempéries ventosas da natureza.
mesmo que não fossem rajadas de muita intensidade, ainda assim, acontecia toda vez que ventava.
o que? bem... o vento fazia um som muito curioso. vezes parecia uma voz chamando alguém, vezes parecia pessoas conversando, vezes parecia um grupo de peregrinos de passagem.
imaginava seres com capas e capuzes brancos, mas cobertos de tal forma que o rosto ficava na penumbra e não era possível distinguir suas feições. sempre tive a convicção de que eram esses seres do vento passando com seus enormes mantos que provocavam a agitação, e dependendo de seu humor, ou da quantidade de seres, resultava em um tipo de som: um canto, um monólogo, um chamado, ou uma tranqüila conversa entre amigos de longa data.
sempre simpatizei com eles.
além do vento, algo me dizia que eles traziam coisas boas de terras distantes.

sábado, 6 de setembro de 2008

anti?

há pouco tempo descobri que meu cabelo tem vontade própria.
já faz algum tempo que não deixava ele crescer tanto quanto agora. dia desses, quando fui prende-lô, senti uma coisa esquisita na ponta, mas, nada mais normal pra quem não corta o cabelo há meses.
analisando o problema mais de perto, vi que ele começou a se recusar a crescer. é, exatamente isso. chega em determinada altura que ele simplesmente dá meia volta, e começa a fazer o caminho contrário, ou seja, voltando pra raiz, em um movimento anti-gravitacional. parece que algo repele ele, como um campo magnético.
mas que diabos se passa?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

cheiro?

estado de ânimo tem cheiro? alguns dos meus têm. um deles é a criatividade.
toda vez que vou ter um surto de criatividade, ele é antecedido por um cheiro bem característico, que provavelmente só 'acontece' dentro do próprio cérebro.
esse cheiro é o cheiro das bienais. toda bienal tem um cheiro. as instalações podem ser de areia, de chocolate, de plástico, mas, é sempre o mesmo cheiro. e é esse cheiro de bienal que sinto quando, nos próximos instantes, vou criar alguma coisa.
pelo jeito, por livre associação, me considero uma artista.
vai entender...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

céu?

em dias assim, nublados, sinto que o céu desce. tenho a impressão de que o teto do mundo fica mais baixo. junto vem a sensação de que tudo está mais próximo, a ponto de quase me sentir sufocada, como se pudesse ouvir os pensamentos de outros, e os outros pudessem ouvir os meus. como se a ligação mundo-ser fosse estreitada. como se os espaços entre objetos e pessoas tivessem sido comprimidos, e visualmente continuassem os mesmos ao qual estamos habituados por alguma espécie de ilusão óptica.
nesses dias, os olhos que tudo vêem ficam mais perto, fico exposta a observação constante, perco momentaneamente a sensação de privacidade, sou julgada a cada passo.
é em dias assim que tudo e todos se amontoam dentro de uma cúpula de vidro, constantemente observada por gigantes.
paranóia pouca é bobagem!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

casa?

acredite se puder: as paredes da minha casa têm pulsação própria.
muito acontece de no meio do silêncio entediante (ou não) da madrugada surgir uma vibração inexplicável que se espalha pelas paredes e chega até a minha mesa, a ponto de eu achar que é o celular tocando (este sempre programado no vibracall).
possível?
não faço a menor idéia!
só sei que é assim.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

mão?

estranho é quando acabo de acordar e vou pegar alguma coisa ainda meio dormindo, como o celular. quando abro o olho (depois de desistir do tato) e vejo aquela mão em busca do objeto inanimado, tenho a nítida impressão de que aquela mão pertence a uma segunda pessoa... como se eu estivesse atrás de uma tela assistindo a um filme, e não tivesse absolutamente nada a ver com a cena; ou, como se outra pessoa estivesse manipulando meu corpo.
weirdo, han?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

mente?

comentando sobre déjà vu, e pensando sobre a vida, acabei de ter o déjà vu mais estranho dos últimos tempos.
não envolvia acontecimento, mas o próprio pensamento. eu pensava que realmente se tratava de uma situação difícil, e de um momento decisivo, mas apesar disso estava tranqüila em relação ao rumo que teria. na seqüência visualizava elfos e fadas voando. o próximo tópico era relacionado a paredes de vidro... e assim foi.
agora, imagine um déjà vu acontecendo sobre um pensamento, e o pensamento correndo paralelo ao déjà vu, sendo um idêntico ao outro. a sensação é como duas de mim pensando a mesma coisa, e uma olhando pra outra; ou de separação dos dois hemisférios do cérebro, como se cada um estivesse pensando a mesma coisa, no mesmo momento, mas independentes, e cada um resolvendo as questões do pensamento de acordo com suas especialidades; ou ainda, como se meu eu futuro estivesse lembrando o que eu estava pensando ao mesmo tempo em que meu eu presente estava efetivamente pensando, em um momento de encontro das duas dimensões.
será que isso foi realmente um déjà vu?
não sei!
o que sei é que, provavelmente, tudo isso quer dizer que minha sanidade tá por um fio.