terça-feira, 28 de outubro de 2008

compensação?

mantenho um marcador de horas na bancada do banheiro.
quem convive comigo sabe que isso não faz o menor sentido e não adianta pra nada. além do que, tempo é completamente relativo, uma ilusão.
mesmo assim, continuo com tal objeto lá.
de uns tempos pra cá ele começou a falhar. não, uma simples substituição de bateria não resolve. ele pára sem nenhum motivo aparente, e retoma seu ritmo usual algum tempo depois, sem nenhum outro motivo aparente.
ontem ele cessou sua atividade por volta das 18h, e assim ficou. deixei. não tinha nenhum compromisso nesse meio tempo (não faria diferença, anyway), e queria ver o que aconteceria sem a interferência humana.
hoje, na minha visita matinal a este cômodo da casa, percebi a ironia do tic-tac.
o relógio voltou a funcionar, marcando meia hora de atraso. concomitante a isso, continuo recebendo mensagens do futuro pelo celular, agora meia hora adiantadas.
qual é o sentido disso tudo?
ora, meu mundo mecânico-eletrônico tentando encontrar uma espécie de equilíbrio, como tudo no universo.
tenho essa propensão a achar que o cosmos tende a balancear a infinidade de itens que o compõe. uma espécie de compensação inerente. isso me dá uma certa paz de espírito.
mas... será?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

mesma?

nem fui, nem sou,
nem serei mais a mesma.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

poetry?

sometimes the storm,
sometimes just the wind...
but, i'm always there.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

sabotagem?

é, isso que acontece as vezes.
o pior é que não se trata de uma simples sabotagem, mas auto-sabotagem.
não chega a nada mirabolante como as aventuras da Riolta e do Von Klutz, mas passa longe de ser algo seguro.
em épocas de stress elevado, quando focada em algo com prazo pra ser entregue, geralmente me apronto dessas. fico distante do mundo real, presa dentro dos meus pensamentos, enquanto o mundo continua funcionando. assim arranjo histórias pra contar.
uma foi dessa semana, no meio da escrita da dissertação. não foi perigosa, mas fez me lembrar a série de eventos. enquanto descia para o almoço, no meio da escada, me dei conta que carregava uma pinça. devido aos problemas de trânsito ocasionados pela demolição em massa da casa, achei melhor guardar o objeto e devolver ele pro lugar de origem quando voltasse do almoço. assim fiz. guardei a pinça e fui almoçar. voltei, e continuei meu trabalho bem faceira e contente. depois de um tempo resolvi descansar. meia hora depois acordei sentindo uma dor estranha no osso ilíaco. ao procurar a causa do desconforto, descobri o tesouro escondido: a dona pinça, acompanhada da inevitável impressão em baixo relevo na pele. sem bolsos eram poucas as opções de onde guardar a pinça. vale lembrar que isso aconteceu cerca de oito horas depois do almoço.
outro evento foi certa vez, escrevendo a monografia. depois de passar muitas horas envolvida em contínuo trabalho intelectual, e atingir o inevitável cansaço mental, resolvi me dedicar a necessários consertos costureiros a fim de me distrair por algum tempo. pois muito bem, os fiz. logo, voltei a trabalhar, e não demorei a me esgotar fisicamente e precisar dormir. no outro dia, acordei (ainda bem). qual não foi minha surpresa, assim que sentei na cama e olhei o travesseiro, percebi um brilho metálico sobre a fronha. lá estava a agulha. sim, consegui a façanha de dormir com uma agulha no travesseiro. sabe-se lá como, saí ilesa.
conclusão: trabalho intelectual pode ser altamente perigoso para a integridade física de uma pessoa!
espero que não fique mais sério, senão vou precisar isolar as áreas nas quais me detenho ao desenvolver meus trabalhos. quem sabe usar uma faixa no braço:
danger! keep away!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

? ?

:parte 1:
α - diagnóstico diferencial da vida não faz bem à saúde...
β - é, tenho visto house demais.

:parte 2:
α - agora tenho minha própria bola de cristal!
β - harmless, não se preocupem. :)

sorriam. a vida é uma comédia!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

espirro?

ainda nos domínios de morpheus...
sonhei que estava deitada na cama, inebriada pela doce sensação de acordar sem despertador, simplesmente despertar. no meio da paz surge aquele desejo inquietante.
vontade inenarrável de espirrar...
acompanhada pelo pensamento de que se eu não quisesse, não precisaria espirrar. ora, quando estamos dormindo não espirramos (teoria intrínseca ao sonho). portanto, bastava fingir que ainda dormia e não tentar evitar o espirro, este concluiria que eu estava dormindo e se dissiparia. assim fiz e assim foi. depois que acordei (ainda dentro do sonho, que começou quando eu estava acordando), tive a grande idéia.
seria este o tema da minha próxima criação.
uma grande tela branca. o quadro vazio representaria uma série de espirros. como? de acordo com a teoria só se espirra quando se quer, certo? bem, como eu não gosto de espirrar, a tela seria a tradução de todos os espirros que neguei durante minha vida, a materialização de todos aqueles que não libertei. lá estaria o quadro, aguardando ser marcado, esperando por um espirro que eu deixasse acontecer.
não paro de pensar que os espirros, de alguma forma, estão relacionados à mania de querer controlar as coisas; ou ainda ao poder que se tem sobre a própria vida, o que se permite ou não que aconteça.
de certa forma, i'm the only one who can make my own hell or my own heaven.
será que realmente tenho todo esse controle?
poderosa megalomania prepotente.
redundância? incoerência?
bom, chega de retórica.
definitivamente, meu alter-ego β é artista plástico.