domingo, 28 de dezembro de 2008

et?

era uma noite de inverno, e só os habitantes de cromossomo X estavam em casa.
organizando coisas daqui e coisas de lá, minha mãe aparece com cara de susto, pára perto da porta, olha pra mim e pronuncia:
"taiane, temos um visitante!"
eu sem entender nada, continuei a olhar pra ela, esperando o desenvolvimento da frase... no que ela completou:
"tem um et nas onze horas!"
nesse momento, perguntei:
"mas, por que tu acha que tem um et escondido nas onze horas?"
no que ela replicou:
"eu vi antenas... vai lá e olha!"
pois bem, fui eu correndo campo afora até atingir as onze horas, a fim de desbravar o mistério da planta.
chego lá olho, olho, olho... e... não vejo nada.
depois de algum (muito) tempo, avisto aquele ser gosmento, que estica e recolhe as antenas de acordo com a necessidade, o que por vezes realmente chega a um tamanho quase esquisito. estava lá a criatura fazendo o lanche do ano, comendo a planta ensandecidamente.
afinal, o que era? ora, um caramujo, caracol, ou qualquer outra designação que o querido leitor achar adequada.
minha família é ótima, não é? :)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

sonho?

eu, particularmente, detesto brigas, farpas, discussões, mágoas, e tudo mais que envolva esse estilo de vida hostil. evito, até as falésias da minha alma, qualquer tipo de confronto. mas, como ainda sou um ser humano, por vezes me incomodo com alguns acontecimentos, e tenho que resolver de alguma forma.
pra evitar o combate direto, potencialmente letal, desenvolvi ao longo dos anos uma técnica peculiar pra resolver esses aborrecimentos.
como? simples! quando a chateação ultrapassa meu limite humano, automaticamente passo a operar no modo sobre-humano.
e o que isso significa?
bem... faço uma transferência e resolvo as intrigas durante os sonhos. é, assim mesmo, da forma mais onírica possível! marco o acerto de contas nos domínios de morpheus a fim de xingar, brigar e extravasar de todas formas possíveis e necessárias.
e... funciona! quando acordo me sinto profundamente aliviada, plenamente revigorada e totalmente resolvida.
se não completo a missão durante o sono... aí sim tomo uma atitude no mundo visível.
com o tempo a técnica foi se aperfeiçoando e atingiu certa versatilidade, já que ultimamente são vários tipos de encontro, inclusive pra colocar a conversa em dia.
cruzei o portal da sanidade?
ih... faz tempo!
see you in my dreams. ;)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

cantorias?

pois, há coisas que devem apenas ser vividas ou resolvidas, e jamais entendidas.
seguindo na linha da veia musical, quem quase convive comigo tem uma forte impressão de que passo o dia todo cantando. e quem convive comigo sabe que efetivamente passo o dia todo cantando. pobres coitados.
mas, pelos últimos acontecimentos, acho que essa prática extrapolou os limites, e tornou-se quase perigosa.
alguns dias atrás acordei e ainda meio dormindo fiz uma ligação. assim que desliguei percebi o problema. de alguma forma tinha dado mal jeito no maxilar... enquanto dormia!
sim, consegui essa façanha.
pensei, pensei e continuei pensando e não cheguei a nenhuma conclusão lógica. qual a possibilidade de ter um mal jeito no maxilar simplesmente virando de um lado pra outro na cama?
como fiz isso? simples! provavelmente me esguelei enquanto dormia, em uma cantoria noturna, e numa dessas fiz um movimento exagerado e CLECK.
é... é a vida.
pelo jeito me inspirei na zombie walk de sábado e resolvi me unir mentalmente aos irmãos, e ficar tipo zumbi, assim, caindo aos pedaços.
como se já não tivesse coisas suficientes pra me preocupar... ainda vou ter que dar jeito. mas, mesmo com dor, a teimosia é maior e continuo cantando. :)
keep cool, keep singing. ;)

domingo, 14 de dezembro de 2008

notas?

mais o tempo passa, mais me sensibilizo com as nuances da vida.
é impressionante o poder de pequenos pontos redondos, com hastes e sem, combinados com outros sinais gráficos diversos, cada um com sua graça e ordem implícita, distribuídos em cinco linhas com a possibilidade de serem regidos por três claves diferentes, que, ordenados com pausas e colocados em andamentos, formam melodia e harmonia de uma música.
fico pasmada com o poder e a influência das distintas combinações entre notas e pausas. é incrível como podem mudar completamente o ânimo de uma pessoa.
ultimamente tenho sido particularmente afetada por duas lindas canções que me fazem sentir uma feiticeira celta em pleno ritual, tentando encontrar harmonia em mim e no mundo.
só de ouvir as notas iniciais me arrepio e me emociono de tal forma que raramente acontece na minha vivência.
esse tipo de fenômeno ocorre, em geral, quando associamos a música à algum evento especial da nossa vida. o mais engraçado é que as composições em questão são completamente puras nesse sentido, não têm ligação com nada muito pessoal: o primeiro contato que tive foi através de audiovisuais.
não é por nada que, junto com o amor, a música é a linguagem universal.
e eu acredito e pratico.
both of them. :)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

grandpa?

esse blog vai fazer parte da catarse... já que de alguma forma faz parte de mim.
sei que é comum que depois sempre se fale bem da pessoa, e parece que de uma hora pra outra vira anjo. mas, ele sempre foi um na vida de todo mundo.

pé de valsa sem par;
dele herdei meu sobrenome;
caçador de morcegos em cavernas;
o melhor jogador de canastra da região norte do estado;
dois anos atrás, comigo, foi a primeira vez que ele comeu pizza;
fazia conta no bar, e pagava uma ou duas vezes por semana. quando ia entregar a comanda, dizia: "se eu não pagar, DIO... medes paga!";
o hobby dele, na praia, era ficar controlando os carros na BR. depois, me dizia o fluxo nos diferentes turnos, e também a diferença da semana pros finais de semana;
quando eu era pequena, ele me segurava no torno de fazer massa, e colocava uma massa bem macia, pra eu conseguir girar a engenhoca e ver as minhoquinhas saindo lá embaixo;
descobrimos que ele ajudava pessoas em apuros cinematográficos, e, é claro, nunca contou nada pra ninguém.

muito pra contar...
sinto por não ter convivido com ele, mesmo assim, vou sentir muita falta.
esse é meu vô, com brilhantina, risca de giz e tudo mais.


Diomedes Agnoletto
(*1937 - †2008)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ahhhh?

querido leitor, hoje lerás um desabafo.
o intuito é documentar o momento pelo qual tua dedicada escritora passa, e num futuro, espero que não muito distante, poder ler orgulhosa de mim e pensar: "sobrevivi!".

- meu vô tá no hospital. além de múltiplos problemas e suas devidas complicações, meu querido ancestral tá vendo pessoas com três cabeças, e ainda xinga minha vó dizendo que ela não enxerga direito;
- muito dedicada e atenciosa, minha cabeça me homenageia regularmente com raves dentro dela;
- a família ite programou uma visita coletiva. chegaram em caravana as duas primas tendinites, e a tia bursite;
- minha babá, a coluna, de 52 anos de idade, resolveu ter piripaques de velha, devido as chateações da família ite;
- com intuito de acalmar a turma, tenho preparado lanches em diferentes momentos do dia, servindo chá de paracetamol com carisoprodol e cafeína, e também diclofenaco de colestiramina. livre escolha. mas, todas elas são meio teimosas, e volta e meia se recusam a participar da confraternização;
- tenho que terminar de parir meu segundo capítulo, que vai ser submetido a testes, a fim de ser liberado pro mundo. enquanto meu chefe fizer o apgar, pra ver como ele se vira sozinho por aí, estarei gerindo o próximo, e esperando pra fazer as revisões do pezinho, da orelhinha, e do olhinho. tudo deve ficar pronto antes do recesso de natal;
- fora dias 25 de dezembro e 1º de janeiro, minha perspectiva de folga e respiro é em abril. mas isso, claro, sem considerar os passeios de quando visito o atraente reino de sandman;
- vida pessoal? ah, achei que tivesse démodé desde o início do século XXI.

como já disse por aí, se eu sobreviver a esta etapa da minha vida, vou me auto-denominar wonder woman. ganhei de presente a imagem pros pins, inclusive.